sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Dônica caravana



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Dônica caravana
Um grupo de escritores segue em caravanas
PDF 765


Um grupo de escritores organizados em caravanas, donicamente visitam diversas escolas, distribuídas pelo estado. Escolas na capital e escolas da região metropolitana. E os escritores seguem na direção Oeste, com a caravana, para chegar em escolas de cidades no interior do estado. Visitam inclusive, institutos federais de educação e tecnologia. Cruzam ruas e avenidas, rodovias e estradas, levando seus livros que estão publicados. E tal como caixeiros viajantes, chegam em um espaço público, com o povo reunido, à sua volta, e expõem suas mercadorias, com suas oralidades e seus livros. Elencando os benefícios para aqueles que usem o conteúdo exposto e escrito, para as mazelas indicadas. Letras impressas que abrem as mentes, oferecendo conhecimentos e informações. E contidos em um livro, a embalagem, tendo seu rótulo a capa; químico responsável, o autor; com uma marca registrada, autorizada por um ministério público. Não apresentam contraindicações e servem à maioria das idades. Para as crianças, em doses homeopáticas com cores e desenhos, com as típicas bolhas e bolinhas.


Escritores em caravanas que incentivam a leitura, tendo como argumento seus próprios livros. Os seus próprios textos em livros encadernados ou em brochuras. As folhas são encadernadas e numeradas, como um modo de sistematizar um conhecimento, com início, meio e fim. Entram em escolas em busca de leitores. Costumam utilizar auditórios para expor seus produtos, no mesmo modelo classe de alunos e professor. Todos sentados com olhar voltado para o palco, o modelo da sala de aula, todos sentados com olhos na lousa e no professor. O silêncio é imprescindível para que todos possam ouvir o orador a declamar seus livros e ler seus poemas. Devem falar de seus livros tal como conceberam e escreveram um texto, a partir de uma ideia, evitando novas interpretações, a partir de um outro local no tempo e no espaço.


Repetem os atos dos professores, levando um conhecimento delimitado, predeterminado. Querem vender e expor seus livros, conquistando novos leitores, oferecendo um conhecimento. E com a doação de exemplares incentivam e fomentam as bibliotecas. A caravana segue defasada no tempo, um tempo de novos leitores e novos escritores. Muitos escritores já não colocam seus textos em livros, o acesso público pode ser via internet. Muitos alunos ainda podem ser obrigados a seguir uma lista de livros apontada por professores, mas tem a liberdade de procurar outros livros com outros textos e outras fontes. Podem acessar tudo na palma da mão. Com o livre arbítrio de ler na tela ou transformar em material impresso.


E os escritores repetem os atos dos antigos, transportando seus tabletes de barro e seus papiros, dando mobilidade ao que está escrito, e antes estava escrito em paredes e cavernas; as antigas lousas ou quadro negros. Os escritores repetem os atos dos professores, falando de um tema e um texto que já foi escrito e está impresso nos livros. A tinta e o giz já foram substituídos por uma imagem pronta lançada em uma tela, por meio de projetores de imagens, E reina o mito da caverna, onde com luz e sombras se projeta ou imagina o que acontece do lado de fora. Os cães ladram e a senhora caravana passa, os prós e os contra. Há sempre um público para um determinado produto. Novas formas de escritas não substituem as anteriores; As paredes e os muros são as verdadeiras provas, com os atos das cavernas.


O principal instrumento de consulta, com conhecimentos e informações, já não é mais unicamente o livro, mas tem a necessidade de ser uma fonte confiável, ao abrir uma tela, ou interpretar uma imagem na parede. E até mesmo colocar em dúvida a credibilidade de um livro. As imagens já se abrem na palma das mãos, como um ato de cartomante ou quiromancia, enxergando: passado, presente e futuro. Com um tablet (o antigo tablete de barro) é possível folhear as páginas, com o passar dos dedos, sem estar umedecido. É possível confrontar informações e experiências.


Já acontecem mudanças na educação e na formação, como a não obrigatoriedade de algumas disciplinas, O que não isenta, ou proíbe a pessoa, de buscar suas próprias fontes.


RN, 21/10/2016


Dônica caravana
Um grupo de escritores segue em caravanas
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Textos anteriores:
Como falar de literatura em um lugar onde já existe uma linguagem   inserida   ?  
Como   manter   um   foco   na   literatura?  
PDF   744
http://www.publikador.com/educacao/roberto­cardoso/como­falar­de­literatura­em­um­lugar­onde­ja­exi ste­uma­linguagem­inserida


Literatura   no   RN  
Desmitificando e desmistificando a falta de representação literária no espaço  potiguar  
PDF   750  





Roberto Cardoso (Maracajá)#BLOGdoMaracajá.jpg


Em 21/10/2016
Nas terras do Paquiderme Norte-rio-grandense

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